quinta-feira, 7 de maio de 2020

AULA DE ARTE - 3° ANO: ARTE COLONIAL NO MARANHÃO

Conforme já estudado na aula anterior, a Arte colonial brasileira se refere a todas as manifestações artísticas e artes criadas no período em que o Brasil se manteve como colônia de Portugal, de 1500 a 1822 quando foi proclamada a independência. Época de forte influência européia, eliminação da cultura indígena local e início da identificação da cultura brasileira como cultura própria, embasada quase totalmente na cultura imigrante. 

No Maranhão há uma forte influencia do colonizador europeu para o desenvolvimento de algumas cidades. Embora oficialmente reconhecida como a única cidade brasileira colonizada por franceses, São Luís sofreu também influência holandesa e portuguesa, nações que disputaram seu domínio até meados do século XVII. 

A região da atual cidade de São Luís era ocupada pelos tupinambás. Devido à resistência dos índios e às dificuldades de acesso, os portugueses inicialmente não tiveram grande interesse pela área. A fundação oficial foi em 1612 por Daniel de La Touche, iniciada com a construção do Forte Saint-Louis (São Luís), erguido em em homenagem ao rei francês Luís XIII. Os franceses chegaram à região, com o objetivo de fundar sua primeira colônia nos trópicos; porém, três anos depois foram expulsos pelos portugueses. 

Ainda no século XVII, a cidade ficou sob domínio holandês. Os portugueses retomariam a região apenas em 1643. Só então a colonização portuguesa se iniciou de fato na ilha Upaon-Açu (que significa “ilha grande”). As antigas moradias foram substituídas, dando lugar aos casarões com fachadas ornamentadas em azulejos portugueses, que são marca registrada da capital. São Luís tem o maior conjunto arquitetônico de azulejos portugueses da América Latina, que é visível em várias fachadas dos casarões do Centro histórico.

Seu projeto foi criado pelo engenheiro-mor Frias de Mesquita. A cidade se caracteriza por ter uma planta ortogonal. Isso significa que suas ruas são dispostas em forma de grade, formando um padrão geométrico que lembra um tabuleiro de xadrez. Essa estrutura facilitou a expansão do núcleo central da cidade. 

Outros destaques arquitetônicos são o Teatro Artur Azevedo, que data de 1817, sendo o segundo mais antigo do Brasil; o Palácio dos Leões, atual sede do governo estadual, que data de 1612; a Catedral neoclássica (igreja da Sé), construída em 1629; o Palácio de La Ravardière, de 1689, onde fica a prefeitura; o Convento das Mercês, de 1654; e a Fonte das Pedras, de 1615. 

A partir do início do século XIX, a cidade alcançou grande desenvolvimento econômico e cultural, a arte toma impulso, época com grande fluxo de viagens entre São Luís e a Europa, de onde vinham companhias líricas para se apresentarem no Teatro, e também artistas, a maioria deles apenas com passagens rápidas. A exportação de algodão para a Inglaterra provocou a expansão dos negócios, a população cresceu de 10 mil habitantes, no final do século XVIII, para 32 mil no final do século XIX. 

Os artistas buscam novos mercados, visto que a maioria enfrentava um mercado saturado, e não conseguia se estabelecer em seus países pela qualidade razoável de seus trabalhos, ou também por, normalmente, não estarem adaptados aos novos estilos e padrões da arte oitocentista europeia. Também contribuía para a vinda deles, o fato de São Luís e outras cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Recife e Salvador possuírem um crescente mercado consumidor ansioso por copiar hábitos e costumes europeus, principalmente a partir da chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808. 

Nessa época, São Luís só perdia em população para o Rio de Janeiro e para Salvador. 

Por São Luís também passaram as chamadas expedições científicas e missões artísticas, das quais normalmente faziam parte, artistas com finalidade de fazerem os registros visuais das pesquisas. 

A presença portuguesa ficou marcada nas edificações e no projeto urbanístico da cidade. Somente no Centro Histórico são cerca de quatro mil edificações do projeto original dos colonizadores lusitanos, como igrejas, casarões e palácios. Os estilos literários portugueses, romântico e naturalista, também deixaram seu legado na produção cultural da capital maranhense. 

Foi no século XVIII, que os azulejos lusitanos que compõem um dos patrimônios culturais mais belos da cidade começaram a chegar à capital maranhense, para enriquecer a estética das casas da burguesia e os prédios comerciais. 

Eles são encontrados nas fachadas das casas antigas, localizadas no centro da cidade, bem como foram e ainda são utilizados em igrejas e na decoração interna dos casarões, como tapetes, painéis, dentre outras formas. 

Os portugueses se dedicaram à produção de azulejos, utilizando técnicas diferenciadas e trabalho manual. Eles também trabalharam em prol de uma construção visual, de forma que um painel com o mesmo azulejo colocado em determinadas posições possa ser visto de várias formas. 

Conta a história que, durante a construção de São Luís, os portugueses resolveram revestir as fachadas com azulejos pois era o material que mais atenderia as condições climáticas da região. Ou seja, resistente ao verão muito forte e a muita chuva, funcionando como um isolante térmico. Dessa forma, os ambientes internos ficavam mais frescos e mais agradáveis.





Mas o legado português ficou também na produção literária e cultural da cidade, nos sobrados, eiras, beiras, telhados, portas e janelões que se abrem para uma viagem sempre emocionante a um passado colonial que deu importantes títulos à cidade. 

Portas e janelas no padrão português


Telhados com eiras e beiras


Construções coloniais

Mas sem duvida alguma a arquitetura deixou um dos grandes legados a cidade de São Luís; somente no Centro Histórico são cerca de quatro mil edificações do projeto original dos colonizadores portugueses. 

Gravura de 1860 - Igreja Sé

Igreja da Sé

Casarões da Rua Portugal - Centro histórico

Rua do Giz

Casa do Maranhão

Vale destacar que a arte do período colonial no Maranhão está presentes também em outros cantos do Estado, a exemplo a cidade de Alcântara. Fundada em 1648, teve seu apogeu econômico no período colonial, com a produção açucareira, a extração de sal que contou com o trabalho árduo de escravos negros e índios. Com a abolição da escravatura no final do século 19, o então modelo econômico entrou em decadência e a cidade perdeu relevância. A cidade por sua importância recebeu o título de capital da aristocracia rural do Maranhão, além de suntuosos prédios públicos e religiosos que impressionam pela dimensão e qualidade artística. 

O conjunto mais importante está no Largo do Pelourinho, onde é possível encontrar as ruínas de uma grande igreja e os principais prédios públicos da Alcântara dos barões de açúcar. 

Cidade de Alcântara - Maranhão

Conteúdo referente à aula do período: 06/05 a 12//05/2020. Neste intervalo você deverá fazer o estudo do material.

Questionamentos poderão ser feito pelo grupo do whatsApp ou pelo e-mail: santosjotab@gmail.com

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