sexta-feira, 1 de maio de 2020

Aula de Língua Portuguesa - Referente a semana 27/04 a 01/05/2020 - Profª.: Helayne Araújo - Turmas: 100 e 101


AULA DE PORTUGUÊS - Profª.: Helayne Araújo
Referente a semana 27/04 a 01/05/2020
Turmas: 100 e 101

ESTUDO DA GRAMÁTICA – PROFª.: HELAYNE ARAÚJO
A Gramática tem como principal função regular a linguagem e estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa.
Uma boa Gramática deve ser capaz de extrapolar a visão reducionista que faz da língua um amontoado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. A Gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, agentes da comunicação.
Por ser um sistema complexo e passível de diversas concepções, a Gramática apresenta abordagens diversas, sendo dividida, então, em tipos distintos:
·         Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua.
·         Gramática Descritiva: A Gramática Descritiva analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico.
·         Gramática Histórica: Investiga a origem e a evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos.
·         Gramática Comparativa: Estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas.
A língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto, não devemos desconsiderar a importância das regras que preservam este que é nosso maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa. Façamos então um bom proveito da Gramática!

História da Língua Portuguesa - Profª.: Helayne Araújo
Referente a semana 27/04 a 01/05/20 

Esta aula de Português tem o objetivo de apresentar a formação e a história da língua portuguesa utilizada no Brasil, tanto na modalidade oral quanto na escrita. Trata-se de um conteúdo frequentemente tematizado nas questões de Linguagens, Códigos e Tecnologias do Enem, considerando também a importância das línguas indígenas e africanas para a consolidação do nosso português.
Desembarque de Cabral em Porto Seguro (1922), de Oscar Pereira da Silva, ilustra de forma emblemática o primeiro contato do colonizador europeu com os indígenas. Primeiro contato, também, entre a língua dos nativos e a língua dos portugueses.


A língua constitui um sistema vivo de comunicação que privilegia a mútua compreensão e entendimento de um determinado povo. Ao adentrar o estudo de uma língua, estudam-se os fatos do contexto histórico e os acontecimentos que promoveram, direta ou indiretamente, sua origem. No que diz respeito à história da língua portuguesa, faz-se necessária uma busca histórico-geográfica desde sua origem até sua implantação no Brasil.

As origens do português

A origem de nossa língua está ligada ao latim – língua falada pelo povo romano, que se situava no Lácio, pequeno Estado da Península Itálica. A transformação do latim em língua portuguesa se deu por consequência de conflitos e transformações político-histórico-geográficas desse povo.
Isso aconteceu por volta do século III a.C., quando os romanos ocuparam a Península Ibérica por meio de conquistas militares e impuseram aos vencidos seus hábitos, suas instituições, seus padrões de vida e, principalmente, sua língua, que reflete a cultura.
Existiam duas modalidades de latim: o vulgar e o clássico. O latim vulgar, de vocabulário reduzido, era falado por aqueles que encaravam a vida fazendo uso de uma linguagem sem preocupações estilísticas na fala e na escrita. Também era dotado de variação linguística notável, pois era uma modalidade somente falada e, assim, suscetível a frequentes alterações.
O latim clássico caracterizava-se pela erudição da oralidade e das produções textuais de pessoas ilustres da sociedade e de escritores; era uma linguagem complexa e elitizada. Das duas modalidades existentes, era imposta aos povos vencidos a modalidade vulgar, pois essa fora a língua predominante dos povos navegantes que exploravam novas terras para novas conquistas.
Decorridos alguns séculos, o latim predominou sobre as línguas e dialetos falados em várias regiões. Dessa maneira, formaram-se diversas línguas dentro da região de domínio de Roma, ou seja, do Império Romano. Foi assim que se originaram as línguas românicas, também chamadas de neolatinas (dizem-se românicas todas as línguas que têm sua origem no latim e que ocupam parte do território conquistado pelos romanos), das quais nossa língua portuguesa é oriunda.
O português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas transformações, de acréscimos e/ou supressões de ordem morfológica, sintática e/ou fonológica. Tais transformações passaram por três fases distintas: desde o galego-português (língua que predominou dos séculos VIII ao XIII), dissociando-se posteriormente do galego e dando, assim, surgimento ao português arcaico (séculos XIV ao XVI), que, por conseguinte, tornou-se português clássico (a língua de Camões), perpassando ainda por outros dialetos até chegar ao português contemporâneo.
O mapa acima ilustra a língua portuguesa no mundo contemporâneo
A implantação da língua portuguesa no Brasil
Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações que realizou. No século XV e XVI, pelos movimentos colonialistas e de propagação do catolicismo, Portugal espalhou pelo mundo a língua portuguesa. Como, então, chegou a este solo essa língua navegante?
Ao Brasil, a língua portuguesa foi trazida no século XVI em virtude do “descobrimento”. O português era imposto às línguas nativas como língua oficial ou modificava-se dando origem a outros dialetos. Mas houve um longo processo para que o português se fixasse no território brasileiro.
Quando os portugueses desembarcaram na costa brasileira, estima-se que 1.200 povos indígenas viviam aqui, e que eram faladas cerca mil línguas. Além dessa diversidade étnica e linguística, foram trazidos cerca de 4 milhões de africanos de diversas culturas para trabalhar como escravos.
Essa pluralidade linguístico-cultural fortaleceu as bases da construção da identidade do português brasileiro. Isso se deu em detrimento dos interesses políticos e comerciais de Portugal, que tomou algumas medidas radicais, entre elas a proibição do uso das línguas gerais (diz-se língua geral aquela falada no Brasil colonial como língua de contato entre índios, portugueses e seus descendentes) e a imposição do português como língua oficial.
Exemplos de vocábulos que usamos cotidianamente e que são herança das línguas africanas.

O contato entre indígenas, africanos e os imigrantes vários que vieram de algumas regiões da Europa favoreceu o chamado multilinguismoAlém da fase bilíngue pela qual passara o português, o multilinguismo contribuiu (e ainda contribui) para a formação identitária do português brasileiro.
Sabe-se, por exemplo, que o léxico de uma língua não é estático, está aberto a novas incorporações: aceita o apagamento de algumas palavras ou a substituição de outras. Esse fenômeno ocorreu (e ainda ocorre) com muita frequência no nosso idioma.
As línguas indígenas, por exemplo, contribuíram para o enriquecimento vocabular da botânica (nomes de plantas), da fauna (nomes de animais), da toponímia (nomes de lugares) e da onomástica (nomes de pessoas) do português do Brasil.
Justifica-se ainda o multilinguismo com a forte influência das línguas e dialetos africanos que chegaram ao Brasil. Tal influência incrementou, por exemplo, a linguagem religiosa do candomblé, uma manifestação da cultura africana.
A implantação do português no Brasil é marcada por quatro momentos, períodos significativos para esse processo de implantação: o primeiro momento vai da colonização até a saída dos holandeses do Brasil, em 1654; o segundo vai daí até a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, em 1808; o terceiro finda com a independência do Brasil, em 1822. Por fim, o quarto momento se inicia em 1826, com a transformação da língua do colonizador em língua da nação brasileira.

O português brasileiro sofreu profundas mudanças para chegar ao português que se fala nestas terras hoje. Entretanto, ainda está no processo de construção de sua própria identidade.
ESTE MATERIAL É APENAS PARA LEITURA E COMPREENSÃO SOBRE A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA.


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