AULA DE PORTUGUÊS - Profª.: Helayne Araújo
Referente a semana 27/04 a 01/05/2020
Turmas: 100 e 101
ESTUDO DA GRAMÁTICA – PROFª.:
HELAYNE ARAÚJO
A Gramática
tem como principal função regular a linguagem e estabelecer
padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua.
Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando
unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa.
Uma boa Gramática deve ser capaz
de extrapolar a visão reducionista que faz da língua um amontoado de regras
prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não
apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e,
sobretudo, ter utilidade para os falantes. A Gramática apresenta as regras, mas
quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, agentes da
comunicação.
Por ser um sistema complexo e
passível de diversas concepções, a Gramática apresenta abordagens diversas,
sendo dividida, então, em tipos distintos:
·
Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de
aula e para diversos fins didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização
da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever
corretamente. Aqui a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser
seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais
estão sujeitos os falantes da língua.
·
Gramática Descritiva: A Gramática Descritiva
analisa um conjunto de regras que são seguidas, considerando as variações
linguísticas da língua ao investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que
definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico.
·
Gramática Histórica: Investiga a origem e a
evolução de uma língua, representando os estudos diacrônicos.
·
Gramática Comparativa: Estabelece comparação da
língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua
portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas.
A língua é um organismo vivo e,
por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito
pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto,
não devemos desconsiderar a importância das regras que preservam este que é
nosso maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa. Façamos então um bom
proveito da Gramática!
História da Língua Portuguesa - Profª.: Helayne Araújo
Referente a semana 27/04 a 01/05/20
Esta aula de Português tem o objetivo de apresentar
a formação e a história da língua portuguesa utilizada no Brasil, tanto na
modalidade oral quanto na escrita. Trata-se de um conteúdo frequentemente
tematizado nas questões de Linguagens, Códigos e Tecnologias do Enem,
considerando também a importância das línguas indígenas e africanas para a
consolidação do nosso português.
Desembarque de Cabral em Porto Seguro (1922), de
Oscar Pereira da Silva, ilustra de forma emblemática o primeiro contato do
colonizador europeu com os indígenas. Primeiro contato, também, entre a língua
dos nativos e a língua dos portugueses.
A língua constitui um sistema vivo de comunicação
que privilegia a mútua compreensão e entendimento de um determinado povo. Ao
adentrar o estudo de uma língua,
estudam-se os fatos do contexto histórico e os acontecimentos que promoveram,
direta ou indiretamente, sua origem. No que diz respeito à história da língua
portuguesa, faz-se necessária uma busca histórico-geográfica desde sua origem
até sua implantação no Brasil.
As
origens do português
A origem de nossa língua está ligada ao latim –
língua falada pelo povo romano, que se situava no Lácio, pequeno Estado da
Península Itálica. A transformação do latim em língua portuguesa se deu por
consequência de conflitos e transformações político-histórico-geográficas desse
povo.
Isso aconteceu por volta do século III a.C., quando
os romanos ocuparam a Península Ibérica por meio de conquistas militares e
impuseram aos vencidos seus hábitos, suas instituições, seus padrões de vida e,
principalmente, sua língua, que reflete a cultura.
Existiam duas modalidades de latim: o vulgar e o clássico. O latim
vulgar, de vocabulário reduzido, era falado por aqueles que encaravam a vida
fazendo uso de uma linguagem sem preocupações estilísticas na fala e na
escrita. Também era dotado de variação linguística notável, pois era uma
modalidade somente falada e, assim, suscetível a frequentes alterações.
O latim clássico
caracterizava-se pela erudição da oralidade e das produções textuais de pessoas
ilustres da sociedade e de escritores; era uma linguagem complexa e elitizada.
Das duas modalidades existentes, era imposta aos povos vencidos a modalidade
vulgar, pois essa fora a língua predominante dos povos navegantes que
exploravam novas terras para novas conquistas.
Decorridos alguns séculos, o latim predominou sobre as línguas e
dialetos falados em várias regiões. Dessa maneira, formaram-se diversas línguas
dentro da região de domínio de Roma, ou seja, do Império Romano. Foi assim que
se originaram as línguas românicas, também chamadas de neolatinas (dizem-se
românicas todas as línguas que têm sua origem no latim e que ocupam parte do
território conquistado pelos romanos), das quais nossa língua portuguesa é
oriunda.
O português que
se fala hoje no Brasil é resultado de muitas transformações, de acréscimos e/ou
supressões de ordem morfológica, sintática e/ou fonológica. Tais transformações
passaram por três fases distintas: desde o galego-português (língua que
predominou dos séculos VIII ao XIII), dissociando-se posteriormente do galego e
dando, assim, surgimento ao português arcaico (séculos XIV ao XVI), que, por
conseguinte, tornou-se português clássico (a língua de
Camões), perpassando ainda por outros dialetos até chegar ao português
contemporâneo.
O mapa acima ilustra a
língua portuguesa no mundo contemporâneo
A implantação da língua portuguesa no Brasil
Portugal ficou
conhecido pelas grandes navegações que realizou. No século XV e XVI, pelos
movimentos colonialistas e de propagação do catolicismo, Portugal espalhou pelo
mundo a língua portuguesa. Como, então, chegou a este solo essa língua
navegante?
Ao Brasil, a
língua portuguesa foi trazida no século XVI em virtude do “descobrimento”. O
português era imposto às línguas nativas como língua oficial ou modificava-se
dando origem a outros dialetos. Mas houve um longo processo para que o
português se fixasse no território brasileiro.
Quando os portugueses desembarcaram na costa brasileira, estima-se
que 1.200 povos indígenas viviam aqui, e que eram faladas cerca mil línguas.
Além dessa diversidade étnica e linguística, foram trazidos cerca de 4 milhões
de africanos de diversas culturas para trabalhar como escravos.
Essa pluralidade
linguístico-cultural fortaleceu as bases da construção da identidade do
português brasileiro. Isso se deu em detrimento dos interesses políticos e
comerciais de Portugal, que tomou algumas medidas radicais, entre elas a
proibição do uso das línguas gerais (diz-se língua geral aquela falada no
Brasil colonial como língua de contato entre índios, portugueses e seus
descendentes) e a imposição do português como língua oficial.
Exemplos de vocábulos
que usamos cotidianamente e que são herança das línguas africanas.
O contato entre indígenas, africanos e os imigrantes vários que
vieram de algumas regiões da Europa favoreceu o chamado multilinguismo. Além da fase bilíngue pela qual passara o
português, o multilinguismo contribuiu
(e ainda contribui) para a formação identitária do português brasileiro.
Sabe-se, por
exemplo, que o léxico de uma língua não é estático, está aberto a novas
incorporações: aceita o apagamento de algumas palavras ou a substituição de
outras. Esse fenômeno ocorreu (e ainda ocorre) com muita frequência no nosso
idioma.
As línguas indígenas, por exemplo, contribuíram para o
enriquecimento vocabular da botânica (nomes de plantas), da fauna (nomes de
animais), da toponímia (nomes de lugares) e da onomástica (nomes de pessoas) do
português do Brasil.
Justifica-se
ainda o multilinguismo com a forte influência das línguas e dialetos africanos
que chegaram ao Brasil. Tal influência incrementou, por exemplo, a linguagem
religiosa do candomblé, uma manifestação da cultura africana.
A implantação do português no Brasil é marcada por quatro momentos,
períodos significativos para esse processo de implantação: o primeiro momento
vai da colonização até a saída dos holandeses do Brasil, em 1654; o segundo vai
daí até a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil, em 1808; o terceiro
finda com a independência do Brasil, em 1822. Por fim, o quarto momento se
inicia em 1826, com a transformação da língua do colonizador em língua da nação
brasileira.
O português
brasileiro sofreu profundas mudanças para chegar ao português que se fala
nestas terras hoje. Entretanto, ainda está no processo de construção de sua
própria identidade.
ESTE MATERIAL É APENAS PARA LEITURA E COMPREENSÃO SOBRE A HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA.
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