quinta-feira, 30 de abril de 2020

AULA DE ARTES - 2° ANO: ARTE BARROCA

O Barroco é o um estilo artístico que surgiu na Itália entre o final do século XVI e vai até meados do século XVIII, difundindo-se em seguida pelos países sob influência da igreja católicos, uma das principais instituições da época na Europa, América e alguns pontos do Oriente. A arte barroca foi um estilo artístico utilizado na arquitetura, pintura, escrita, música, e outras áreas culturais.

O século XVI foi marcado, historicamente, pela crise dos valores Renascentistas, uma época em que passou a se questionar os valores cultuados pela Igreja Católica. Com o aparecimento de revoltas religiosas, sendo a Reforma Protestante de Martin Lutero a principal delas; com a perda de fiéis, a Igreja Católica buscou retomar seu o seu poderio.

Nesse contexto, surge a Contrarreforma, um movimento católico de resgate às ideias teocêntricas, com o intuito principal de frear a perda de seus fiéis, majoritariamente os que pertenciam à classe burguesa. Inserido nesse cenário, surge o barroco em meio a crises políticas e religiosas. A Igreja Católica com o intuito de frear as ideias protestantes, buscou através da arte um meio de reafirmar os valores cristãos e visava difundir os ensinamentos religiosos por meio da arte.

De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento das temáticas enfatizava qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. 

A expressão “Barroco” significa absurdo ou grotesco e foi assim chamado pelos críticos afim de ridicularizar a arte que abdicava das regras do estilo clássico.Os novos classicistas começaram a criticar excessos e irregularidades de um estilo já então visto como decadente e uma simples degeneração dos princípios clássicos. Na própria Itália em que nasceu, durante muito tempo foi considerado como o período em que a arte chegou ao seu nível mais baixo: pesada, artificial, de mau gosto e dada a extravagâncias e contorções injustificáveis e incompreensíveis.

As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.

É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: Bem e Mal, Deus e Diabo, Céu e Terra, Pureza e Pecado, Alegria e Tristeza, Paganismo e Cristianismo, Espírito e Matéria.

Características do Barroco 

  • Arte rebuscada, detalhista e exagerada; 
  • Valorização da estética; 
  • Figuras de linguagem na literatura; 
  • Dualismo entre o mundano e o sagrado; 
  • Obscuridade; 
  • Cultismo (jogo de palavras) e conceptismo (jogo de ideias) na literatura; 
  • Valorização do contraste na pintura; 
  • Formas curvilíneas. 

ARQUITETURA
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral. O exemplo precursor da arquitetura barroca geralmente é apontado na Igreja de Jesus em Roma. 

Vignola e Della Porta: Igreja de Jesus, Roma

Como o barroco busca afirmar a soberania católica, as artes desse período são marcadas pela exaltação de Deus e da Igreja. O barroco quebra a ideia de racionalidade e simetria do classicismo greco-romano e passa a fazer uso de formas e texturas que dão a ideia de movimentos e produzem emoções e sensações.

A exaltação da Igreja também é feita por meio de muitos ornamentos, de uma decoração extravagante que traz a ideia de grandiosidade, poder e riqueza. O barroco é ousado e as irregularidades de proporção são comuns nesse estilo. 

Principais características da arquitetura barroca: 

  • forte presença de espaços e formas ovais, que trazem a ideia de centralização; 
  • uso da cruz grega, que identifica o cristianismo; 
  • fachadas convexas ou côncavas, que reforçam a ideia de movimento; 
  • uso de colunas tortas e de arcos; 
  • elementos decorativos de muita exuberância e forte presença do dourado; 
  • Extravagância e exageros ornamentais e decorativos feitos em gesso ou estuque; 
  • Proporcionar ao observador da obra uma visão de infinitude e grandeza;
  • murais e pinturas nos tetos; 
  • uso da iluminação para criar a sensação de mistério; 
  • Deus e a Igreja passam a ser figuras principais da obra e não mais o homem; 
  • Dramaticidade e efeitos teatrais.Essas características, apesar de serem as mais marcantes, não estavam cem por cento presentes em todas as obras da arquitetura barroca, pois o estilo arquitetônico variava de acordo com o contexto histórico de cada país.

Conheça algumas das principais obras da arquitetura Barroca: 

Basílica de São Pedro
Basílica de São Pedro, Roma – Itália

Palácio de Versalhes – Wikipédia, a enciclopédia livre
Palácio de Versalhes, Paris – França

✅ San Carlo alle Quattro Fontane - Dados, Fotos e Planos ...
San Carlo alle Quattro Fontane, Roma – Itália

Louvre Palace (Palais du Louvre), Paris, France | The Pavill… | Flickr
Palais Du Louvre, Paris – França

Catedral de São Paulo - Londres, Reino Unido | Sygic Travel
Catedral de St. Paul, Londres – Inglaterra

Château de Vaux-le-Vicomte, Paris – França;

Igreja Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto - 2019 | Dicas do ...
Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Minas Gerais – Brasil;

Igreja de São Francisco de Assis (Ouro Preto) – Wikipédia, a ...
Igreja de São Francisco de Assis, Minas Gerais – Brasil 

Principais arquitetos barrocos:

Os três grandes nomes da arquitetura Barroca no mundo são Maderno, Bernini e Borromini. Foram eles os responsáveis por estabelecer o estilo e presentear o mundo com grandes obras arquitetônicas. Mas não foram só eles. Confira abaixo um pouco mais sobre os grandes nomes da arquitetura barroca no mundo:

Carlo Maderno
Um dos principais nomes da arquitetura barroca é Carlo Maderno. O arquiteto italiano também foi o pioneiro dentro do estilo barroco. Sua principal obra é a fachada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Mas foi a Igreja de Santa Susanna a primeira a ser construída por ele.

Gian Lorenzo Bernini
Bernini é outro nome importante da arquitetura barroca. É dele o projeto da praça trapezoidal da Basílica de São Pedro. No entanto, o projeto preferido de Bernini é a Igreja oval de Sant’Andrea al Quirinale, que com seu altar e cúpula elevada exemplificam perfeitamente o conceito dessa, até então, nova arquitetura.

Borromini
O arquiteto Borromini rompe com o estilo clássico de modo ainda mais dramático. Há quem defenda que Borromini foi um revolucionário na arquitetura por basear seus projetos em figuras geométricas complexas. Sua principal e mais emblemática obra é a pequena Igreja de San Carlo alle Quattro Fontene, caracterizada por um plano oval e complicados ritmos convexo-côncavos.

Carlo Fontana
Com a morte de Bernini, Carlo Fontana passou a ser o arquiteto mais atuante em Roma. Apesar do estilo acadêmico e distante da inventividade de seus antecessores, Fontana exerceu uma grande influência na arquitetura barroca por meio de seus escritos e pelos vários arquitetos treinados por ele que, por sua vez, ajudaram a difundir o estilo barroco pelo mundo.

François Mansart
O arquiteto mais representativo na França foi François Mansart. Seu estilo perfeccionista deu origem a uma das obras mais importantes do período barroco: o Château de Maison. O projeto reúne a abordagem acadêmica do estilo barroco com as peculiaridades da tradição gótica francesa.

Aleijadinho
No Brasil, o grande nome da arquitetura Barroca é Aleijadinho. Suas principais obras, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Igreja São Francisco de Assis, podem ser vistas em Minas Gerais, nas cidades de Mariana e Ouro Preto, respectivamente. Nas obras de Aleijadinho já é possível notar uma certa influência do estilo rococó, um antecedente do barroco.

PINTURA


As características da pintura barroca são: 

  • Composição assimétrica, em diagonal – que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista;
  • Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) – era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade;
  • Realista, abrangendo todas as camadas sociais;
  • Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática;
A decoração em “trompe l’oeil”. (Termo francês que significa enganar os olhos. Técnica de pintura cuja perspectiva e sombreamento dão a impressão, a distância, de que são imagens reais).

Principais pintores barrocos



Caravaggio (1571-1610) foi o pintor mais original do século XVII, veio injetar vida nova na pintura italiana após a artificialidade do Maneirismo. Conduziu o realismo a novas alturas, pintando corpos em estilo absolutamente “barra pesada”, em oposição aos pálidos fantasmas maneiristas. Desse modo, Caravaggio secularizou a arte religiosa, fazendo os santos parecer gente comum e os milagres, eventos do cotidiano. Embora se especializasse em grandes pinturas religiosas, Caravaggio defendia a “pintura direta” da natureza – ao que parece diretamente dos cortiços mais sórdidos. Na obra, ”Chamado de São Mateus”, por exemplo, o futuro apóstolo está numa taverna escura, cercado de homens chiques contando dinheiro, quando Cristo ordena: “Siga-me”. Um foco de luz diagonal ilumina a expressão aterrada e o gesto de perplexidade do coletor de impostos. Caravaggio usa a perspectiva de modo a trazer o espectador para dentro da ação. 

Flagelação de Cristo, Caravaggio
A Flagelação de Cristo

Andrea Pozzo (1642-1709) realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Este mestre também adotou também, a composição centrifuga , ou seja, a aglomeração das figuras nos lados da pintura, deixando abrir-se ao centro uma larga zona do céu. Exemplo da sua pintura é o teto da igreja Santo Inácio, em Roma, conhecida como “A Glória de Santo Inácio. 

Imagem
Alegoria da América

Diego Velázquez (1599-1660) pintor espanhol, batizado de Diego Rodriguez da Silva y Velázquez, além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII, procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Usava os princípios da pintura barroca, como os efeitos luminosos são usados – não através de contrastes ásperos, mas sim com uma continua e gradual mudança de intensidade nas várias zonas da tela – para fazer da composição um jogo de anotações coloristas simbólicas, escondidas atrás de uma aparência de absoluta adesão ao tema. 

A Coroação da Virgem

Rubens (1577-1640) nascido em Flandres, atualmente Bégica, como Sir Peter Paul Rubens conhecido como “Príncipe dos pintores e pintor dos príncipes” teve uma vida sofisticada, que o levou às cortes da Europa como pintor e diplomata. Um raro gênio criativo, tinha uma formação clássica e era sociável, bonito , vigoroso e viajado. Falava fluentemente vários idiomas e tinha uma energia inextinguível. Além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes – o vermelho, o verde e o amarelo – que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. 

A Descida da Cruz de Peter Paul Rubens | Tela para Quadro na ...
A descida da Cruz

Rembrandt (1606-1669), holandês, nascido Rembrandt van Rijn, teve grande sucesso como pintor de retratos, mas sua fama também repousa nos quadros sérios, introspectivos, de seus últimos anos, pinturas em que o sombreado sutil implica uma extraordinária profundidade emocional. O que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Rembrandt evoluiu dos pequenos detalhes para figuras de tamanho grande, pintadas com grandes borrões de tinta. Ele praticamente entalhava o pigmento, espalhando com a espátula uma pasta pesada espessa e desenhando na camada de tinta malhada com o cabo do pincel. O efeito é uma pintura irregular que cria um brilho ao refletir e difundir a luz, enquanto as zonas escuras levam uma fina camada vidrada para realçar a absorção da luz. 


A Lição de Anatomia do Doutor Tulp

Frans Hals (c.1582-1666), um dos maiores retratistas da história da pintura, o holandês Frans Hals cumpriu um destino comum a outros grandes nomes da pintura: o extraordinário talento convivendo com intermináveis problemas financeiros. Nascido em Antuérpia, ele arrastou uma vida quase pacata em Haarlem, no norte os Países Baixos, e pouco se preocupou, durante sua carreira, com o estilo e as realizações dos grandes mestres italianos de sua época – como fez seu contemporâneo Van Dyck. Criador, entre outras, de telas memoráveis como Cavaleiro Sorridente, talvez o mais admirado retrato do mundo depois da Mona Lisa, Hals foi, em essência, um autodidata responsável, com seus belos retratos, pela criação de uma pintura independente em seu país. 


Retrato de um Jovem com uma Caveira, Frans Hals | Historia das Artes
Retrato de um Jovem com uma Caveira

Anton van Dyck (1599-1641) nascido em Antuérpia, foi um dos retratistas de maior sucesso da história da arte. Suas imagens fascinantes da corte de Carlos I influenciaram artistas de seu tempo e determinaram o curso do retratismo inglês nos duzentos anos seguintes. Brilhante e precoce, foi muito influenciado por Rubens, que o considerava seu melhor discípulo, embora Van Dyck tenha sido mais seu ajudante que um verdadeiro aluno. Acima de tudo um autodidata, ele adquiriu fama na Itália, executando retratos da aristocracia genovesa. De volta a Antuérpia foi ali também um artista muito requisitado: em seu estúdio, ajudantes e alunos acotovelavam-se com os clientes. Depois de designado pintor da corte de Bruxelas, para a Regente Isabel, foi feito primeiro-pintor do Rei Carlos I, da Inglaterra. 


Sansão e Dalila

Vermeer (1632-1675), holandês de nome Johannes Veermer, apresentou muita técnica do uso da luz, enquanto outros pintores usavam uma gama de cinza, verde, marrom, as cores Veermer eram mais puras e vívidas, com uma intensidade de brilho jamais vista. Veermer usou uma “câmera escura” para obter maior perfeição do desenho. Consiste numa caixa escura com uma abertura minúscula por onde se projeta a imagem do objeto a ser traçado numa folha de papel. No entanto, Veermer não se limitava a copiar as linhas da cena projetada. Seu manuseio da tinta também foi revolucionário, usava de tal forma que se aproximava do pontilhismo dos impressionistas. Um crítico descreveu essa superfície como uma “mistura de pérolas socadas”. 


Johannes Vermeer | Historia das Artes
Moça com Brinco de Pérola

William Hogarth (1697-1764), inglês que inventou um novo gênero – a tira cômica – ou uma sequência de quadros anedóticos que zombava das cenas do cotidiano. As massas compravam gravuras, tiradas aos milhares, baseadas nesses quadros, e Hogarth tornou-se o primeiro inglês a ser amplamente conhecido no estrangeiro. 


“Cena do Breakfast”, da série Marriage à la Mode

Nicolas Poussin (1594-1665) embora o mais famoso pintor francês do século XVII não trabalhou na França, mas em Roma. Apaixonado pela antiguidade, ele baseou seus quadros nos antigos mitos e na história de Roma e na escultura grega. A ampla influência da obra de Poussin reviveu o estilo da antiguidade, que veio a ser influência artistas nos duzentos anos seguintes. 


O Triunfo de David, Nicolas Poussin
O Triunfo de David

Claude Lorrain (1600-1682) De origem humilde, confeiteiro e depois assistente de um pintor decorativo, Claude Gelée de Lorraine transformou-se num dos mais seletos paisagistas do seu tempo. Passou praticamente toda a vida em Roma e trabalhando para os mais nobres clientes. Estudou à exaustão os efeitos da luz e a atmosfera dos campos vizinhos de Roma, suas representações da luz resultaram em imagens espetaculares. Lorrain deu um sentido de seriedade moral à pintura de paisagens. Suas paisagens imaginárias foram inspiração para outros pintores paisagistas da Europa, ao longo das gerações seguintes. Lorrain morreu em sua cidade adotiva aos 82 anos. 


Porto ao pôr do Sol

ESCULTURA


A primeira preocupação dos escultores barrocos é de se fundirem nas outras artes. Na realidade, nestas obras não se conseguem separar os dois aspectos: o conjunto é claramente arquitetônico, mas o papel principal foi confiado às estatuas. As esculturas barrocas já não são concebidas segundo esquemas geométricos, mas sim combinando movimentos, soltos e vivos, das figuras. 

A escultura barroca elevou a arte à intensidade da perfeição. Integra o movimento barroco, que começou em Roma por volta de 1600 e foi difundido por toda a Europa.

 Características Gerais:
  • Onipresença e dinamismo;
  • Intensidade sem limites;
  • Evidência da violência e do drama;
  • Combinação da escultura com a arquitetura;
  • Criação de uma linguagem artística única inaugural na maneira de esculpir;
  • Sistematização da linha horizontal nas estátuas para complementar as partes superiores dos edifícios;
  • Efeitos extravagantes, com fortes curvas e decoração luxuosa.

Exemplo de escultura barroca.
Stefano Maderno, Santa Cecília

Arte Barroca na Itália
Pietá

Escultura de São Longuinho, de Bernini 


Música Barroca 

Na música o termo Barroco passou a ser empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera, Orfeu de Monteverdi, em 1607 e do oratório, até a morte de Johan Sebastian Bach em 1750. Desenvolveu-se e fixou-se nesse período, o sistema tonal (maior e menor), sobre o qual a harmonia ia basear-se nos dois séculos seguintes. Também foram criadas novas formas musicais como a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto. O período compreende de 1600 a 1750.

No século XVII o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos faz com que a seção de cordas se torne unidade independente. Os violinos passam a ser o centro da orquestra, e os compositores acrescentam outros instrumentos, por exemplo: flautas, fagotes, trompetes e trompas. 

Orquestra do grego antigo ὀρχήστρα, lugar de dança, por alusão ao espaço semicircular situado em frente ao palco do teatro grego, onde dançava o coro é um agrupamento instrumental utilizado geralmente (mas nem sempre) para a execução de música erudita. A orquestra barroca era largamente baseada nos instrumentos da família das violas.

Ao final do período barroco os instrumentos da família das violas foram perdendo a preferência para os da família dos violinos. Assim, as orquestras do início do século XVIII já eram basicamente formadas por um naipe de instrumentos de cordas de arco, que continuam sendo a base das orquestras até hoje.

A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

Música Vocal

Orfeu, do compositor Montiverdi (1567-1643) escrita no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montiverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.

Alessandro Scarlatti (1660-1725) foi o mais popular compositor italiano de óperas. Na França os principais compositores de óperas foram Lully (1632-1687) e Rameau (1683-1764).

Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias tiradas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Haendel (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias.

As Cantatas são oratórios em miniaturas e eram apresentados nas missas.

Música Instrumental

Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. 

Principais Compositores Barrocos: 

Dois compositores podem ser destacados como pioneiros na escrita para cordas (termo com o qual designamos hoje um grupo instrumental formado por instrumentos de cordas de arco da família dos violinos, servindo também como sinônimo para um grupo instrumental denominado orquestra de cordas) cordas): Arcangelo Corelli (1623 -1713 ) e Vivaldi (1678-1741). Outros compositores do período cujas obras instrumentais também já são largamente baseadas nas cordas da família dos violinos: Johann Sebastian Bach (1685 – 1750), George F. Haendel (1685 – 1759) e Telemann (1681- 1767).

  • Alessandro Scarlatti (1660 – 1755);
  • Arcangelo Corelli (1653 – 1713);
  • Domenico Scarlatti (1685 – 1757);
  • Henry Purcell (1659 – 1695);
  • George Philipp Telemann (1681 – 1767);
  • Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764);
  • José Antônio Carlos Seixas (1704 – 1742)


Literatura Barroca

O período literário do Barroco é marcado por fortes oposições, contrastes e dilemas, já que o homem do Barroco ao mesmo tempo em que procurava pela salvação mencionada pela religião também desejava aproveitar os prazeres mundanos. Por isso, podemos dizer que na Literatura Barroca pode ser observado o antropocentrismo (homem) fazendo oposição ao teocentrismo (Deus).

Características do estilo literário Barroco

  • Na Literatura Barroca, ocorre a presença de uma linguagem mais dramática, que é apoiada no uso de diversos tipos de figuras de linguagem, tais como metáforas, antíteses, anacolutos, hipérboles etc. Tais figuras de linguagem eram ainda mais utilizadas para marcar a característica de conflito e contraste típicos do Barroco; Ex.: vida versus morte, corpo versus alma, fé versus razão etc.;
  • Teor literário de um certo pessimismo e desencantamento com o mundo ao redor e com o ser humano, sendo que a Literatura Barroca manifestava uma ideia de que tudo muda o tempo todo e de que tudo é passageiro;
  • No que se refere à estética barroca, ela reflete uma busca constante pela novidade e por surpresas, tendo um certo gosto pela dificuldade. De acordo com as principais características do Barroco, tudo precisa ser decifrado, posto que nada é estável;
  • Também é possível identificar o cultismo (jogo de palavras), conceptismo (jogos de retórica e raciocínio) e uma linguagem predominantemente rebuscada, constantemente elaborada com recursos estilísticos;
  • O Barroco apresenta uma tendência ao engenho e ao artifício, demonstrando a concepção de que uma obra artística tem seu ideal supremo no que está inacabado. Dessa maneira, a Literatura Barroca valoriza tudo que é inconstante, que se mantém em movimento;
Principais autores e obras do movimento barroco:

  • Padre Manuel Bernardes (1644-1710) foi um presbítero da Congregação do Oratório de S. Filipe de Nery. Produziu diversas obras de espiritualidade cristã, com uma linguagem simples e espontânea, sendo a sua principal obra a “Nova Floresta”.
  • Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622) foi um poeta de influência camoniana. As suas principais obras são “Romanceiro”, “Éclogas” e “Pastor Peregrino”.
  • Sóror Violante do Céu (1601-1693) foi uma religiosa e escritora. Escreveu poemas com temas passionais e religiosos. A sua principal obra é “Rimas Várias”.
  • Francisco Manuel de Melo (1608-1667) foi um escritor, político e militar português. Dedicou-se à poesia lírica, à historiografia, ao teatro e à prosa filosófica e moralizante. A sua principal obra é “Carta de Guia ao Casados” que retrata sobre as relações conjugais com ironia e humor.
  • Frei Luís de Sousa (1555-1632) foi um sacerdote e escritor, além de historiador. A sua principal obra é “História de São Domingos e Anais de D. João III”.
  • Sóror Mariana Alcoforado (1640-1723) foi uma freia portuguesa. A sua principal obra é “Cartas Portuguesas” que trata sobre um amor proibido e não correspondido. Uma paixão violenta e incontrolada por um militar.
  • Padre Antônio Vieira (1608-1697) foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador sacro da língua portuguesa. As suas principais obras são “Sermão da Sexagésima” que retrata sobre a arte de pregar, além do “Sermão de Santo Antônio” que tem como tema a escravidão indígena.
  • Bento Teixeira (1561-1600) foi um poeta luso-brasileiro. A sua principal obra é “Prosopopeia”, considerada o marco inicial do barroco na literatura brasileira. O poema foi escrito de forma semelhante a “Os Lusíadas” com o objetivo de louvar o donatário da capitania de Pernambuco, Jorge de Alburqueque Coelho. Trata também sobre os feitos dos heróis portugueses em terras brasileiras e africanas.
  • Gregório de Matos (1636-1696) foi um advogado e poeta do Brasil colônia, sendo considerado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil. Ficou muito conhecido como “Boca do Inferno”, por conta de suas sátiras desumanas. As suas principais obras são poesias religiosas, líricas e satíricas.


Conteúdo referente à duas aulas, será trabalhado até o dia 08/05/2020. Neste período deverá ser feito a leitura do material.
Questionamentos poderão ser feito pelo grupo do whatsApp  ou pelo e-mail: santosjotab@gmail.com

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