Entre as civilizações da Antiguidade, a mais longeva e uma das principais foi a que se desenvolveu no Egito. Estendeu-se por 30 séculos de uma civilização bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
Como sua história e cultura observava uma grande unidade de estilos e de objetivos o que fez que outras civilizações não tiveram influência significativa sobre o Egito, acontecendo o inverso quando dominada, por exemplo, pelos romanos, esses outros povos é que absorviam muito dos seus usos e costumes.
A arte egípcia estava inteiramente ligada à religião, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo. Além de crer em vários deuses (eram politeístas) acreditavam que esses deuses poderiam interferir na história humana, acreditavam também na vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente. O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos, o que não surpreende pelo fato dos estilos artísticos permanecerem iguais por cerca de três mil anos.
A arte funerária era de extrema importância no Antigo Egito |
Os túmulos dos grandes faraós -- geralmente Pirâmides -- eram solenemente ornamentados com desenhos, pinturas, esculturas, além de baixo e alto relevos. Todo este cuidado servia para “ajudar” a alma a sobreviver após a existência terrena. Assim as imagens encontradas nas tumbas egípcias estavam ligadas com a ideia de propiciar, à alma, ajudantes que o orientassem ou encaminhassem a outra vida; esse rico acervo de imagens divide conosco um retrato do cotidiano dos antigos egípcios, eles também se desenvolveram de forma grandiosa na literatura, nas ciências médicas e na matemática.
Arquitetura
A arquitetura deste período reflete a funcionalidade, o que lhe conferia solidez e durabilidades incomparáveis para época.
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
A Esfinge representa o corpo de um leão (força) e a cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.
Obeliscos eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.
Enquanto o mastaba era o túmulo dos egípcios, as pirâmides eram os túmulos dos seus faraós, que eram considerados os representantes de Deus na terra.
É importante referir que a base do triângulo representava o faraó e a sua ponta representava a sua ligação com Deus. Seu interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences. O calcário branco foi utilizado para revestir as pirâmides.
É importante destacar que para as construções “comuns” eles utilizavam os adobes – tijolos feitos de barro secados ao sol. As pedras eram utilizadas para as construções que deviam ser “perenes”.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
- solidez e durabilidade;
- sentimento de eternidade;
- aspecto misterioso e impenetrável.
- Imobilidade solene.
Templo de Luxor |
Templo de Abu Simbel |
Mastaba |
Pintura
Era importante para essa civilização retratar o máximo possível, preocupando-se mais com a integralidade das cenas do que com a beleza. Não tinham, portanto, o objetivo de representar a natureza tal como era. Em vista disso, criaram um estilo de desenho muito singular, de modo que tudo que precisassem representar na cena aparecesse com clareza e objetividade.
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Existindo muitas normas a serem seguidas na pintura e no baixo-revelo produzidos.
A arte era produzida de forma padronizada e não dava espaço para a criatividade. A arte era anônima, pois o importante era a perfeita realização das técnicas executadas e não o estilo e a identificação o autor da obra.
A hierarquia na pintura era representada pelo tamanho das pessoas, ou seja, as pessoas com maior importância no reino eram representadas maiores em relação às outras. Nesta ordem de grandeza tem-se: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas, em vermelho.
Suas características gerais são:
- ausência de três dimensões;
- ignorância da profundidade;
- utilização de cores convencionais. Colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo;
- ausência de sombra;
- uso da Lei do Frontalidade;
- cores e tintas na Arte do Egito Antigo.
As tintas utilizadas nessas pinturas eram extraídas na natureza:
- Preto (kem): associado à noite e à morte, a cor preta era obtida do carvão de madeira ou de pirolusite (óxido de manganésio do deserto do Sinai).
- Branco (hedj): extraído do cal ou gesso, o branco simbolizava a pureza e da verdade.
- Vermelho (decher): representava a energia, o poder e a sexualidade e era encontrado em substâncias ocres.
- Amarelo (ketj): estava associado à eternidade e era extraído do óxido de ferro hidratado (limonite).
- Verde (uadj): simboliza a regeneração e a vida e era obtido da malaquite do Sinai.
- Azul (khesebedj): extraído do carbonato de cobre, o azul estava associado ao rio Nilo e ao céu.
Lei da Frontalidade
A lei da frontalidade é a característica mais marcante na pintura egípcia. Essa regra determinava que o tronco das pessoas deveria ser representado de frente, enquanto a cabeça, pernas e pés exibidos de perfil.
Escultura
A maior parte das esculturas do Egito Antigo são representações dos faraós e dos deuses, apresentados quase sempre de frente, estáticas e sem qualquer expressão facial em posição serena. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam frequentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
As esculturas dos faraós eram representadas sempre na mesma posição: homem de pé e com o pé esquerdo a frente, homem sentado de pernas cruzadas ou sentado com a mão esquerda apoiada na coxa.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
As dimensões da estatuária egípcia são bastante variadas, pode-se encontrar esculturas de grandes proporções e também miniaturas (Usciabtis). Eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições, eram criadas para compor as câmaras mortuárias, assim como as máscaras mortuárias que serviam para proteger o rosto da múmia, em geral eram feitas de ouro.
Esfinges Egípcias
Com corpo de leão (representado a força) e cabeça humana (representando a sabedoria), as esfinges são, sem dúvida, as esculturas egípcias mais famosas. Elas eram colocadas nas entradas dos templos com o intuito de afastar os maus espíritos.
Características da Escultura Egípcia
- formas estáticas;
- formas isentas de expressão facial;
- seguimento da convenção: em pé ou sentado.
Escrita egípcia
A escrita do antigo Egito era chamada de hieroglífica (vem do grego “hieróglifo”, que significa sinal sagrado) e era primitivamente pictográfica, isto é, cada símbolo representava um objeto. Essa escrita era constituída de mais de seiscentos caracteres.
Além da escrita hieroglífica, os egípcios usavam dois outros sistemas de escritas. A escrita hierática, que era organizada em formato cursivo e usada para fins comerciais; e a escrita demótica, que foi usada nos últimos períodos, pois era uma forma mais simples e mais popular da escrita hierática. Portanto, os egípcios escreviam usando a escrita hieroglífica formada por desenhos
Escrita hieroglífica |
Mumificação
Ao longo do tempo, diversos povos utilizaram este processo, embora nenhum deles tenha conseguido tanta eficácia quanto à civilização egípcia, que, cabe ressaltar, nem sempre usou a mesma técnica de mumificação.
Trabalharam com essa técnica porque acreditavam na imortalidade da alma e que ela poderia sofrer eternamente, caso o corpo fosse profanado.
Daí decorre a mumificação e o caráter monumental do local onde as múmias eram colocadas, cujo objetivo estava voltado para protegê-las pela eternidade.
Principais etapas da mumificação:
- era retirado o cérebro pelas narinas e colocado em um vaso de pedra chamado Canopo;
- os intestinos e outros órgãos vitais eram retirados e preservados em urnas separadas;
- nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes;
- as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio;
- após 40 dias, o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.
Conteúdo referente à aula do período: 14/05/2020 a 19/05/2020. Neste intervalo você deverá fazer o estudo do material.
Questionamentos e/ou comentários poderão ser feito pelo grupo do whatsApp ou pelo e-mail: santosjotab@gmail.com
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