quinta-feira, 28 de maio de 2020

AULA DE ARTE - 2° ANO: ARTE ROCOCÓ

François Boucher (French, Rococo , 1703-1770) – La toilette di ...
A toilete de Vênus-de François Boucher

A arte rococó foi uma corrente que teve seu início na França, mais precisamente em Paris, em 1700. Em seguida, esse movimento se estendeu por toda a Europa, chegando à América no século XVIII.

O estilo rococó nasceu como uma prolongação do barroco, um movimento marcado por seu caráter exuberante e suntuoso. Assim, com a proposta de combater os excessos dessa corrente, o rococó surgiu, promovendo a delicadeza e o refinamento em suas mais variadas formas, como na pintura, no design de interiores, na escultura e, até mesmo, na arquitetura.

Buscando equilibrar o exagero ornamental do barroco, a arte rococó estimulou a harmonia e a moderação na decoração. Nesse contexto, também procurou se desvencilhar do barroco ao apresentar uma estética menos ligada à religião.

Do início do século XVIII até meados do século XIX, transformações dinâmicas na arte europeia refletiram as turbulentas mudanças políticas e sociais, incluindo conquistas imperiais, revoluções e a emergência da era industrial moderna.

Neste contexto histórico e social, surgiu a refinada estética decorativa do Rococó, servindo ao gosto da aristocracia, que se dedicava à busca de satisfação e divertimento antes da Revolução Francesa de 1789. O estilo prosseguiu até à chegada do Neoclassicismo, por volta de 1770, que tentava retomar os ideais artísticos da Antiguidade Clássica por meio de sua proposta estética.

O termo “rococó”, que vem das palavras francesas rocaille (pequenas pedras, seixos) e coquille (casca, “concha”, por aproximação de tradução), utilizadas no embelezamento de grutas artificiais e fontes, descreve o movimento artístico que surgiu no final do século XVII, principalmente na França, na Áustria e no sul da Alemanha, privilegiando a leveza, a elegância, a delicadeza e o charme das pomposas artes decorativas, aplicadas tanto à decoração interior quanto aos ornamentos.

O termo também se aplica a outras áreas da manifestação artística, como a escultura, a pintura, os mobiliários e os detalhes arquitetônicos, embora dificilmente a arquitetura possa ser caracterizada como tal. Muitas das suas características influenciaram posteriormente a arte de toda a Europa.

Características da arte rococó

A arte do Rococó é vista tanto como clímax quanto como queda da arte barroca. Diferentemente do Barroco, entretanto, o Rococó não está preocupado com questões religiosas; é uma arte evidentemente aristocrática, voltada para a alta classe, que prezava o estilo suntuoso, como foi o Barroco, porém mais elegante, leve e intimista, com o objetivo de satisfazer uma sociedade nutrida pela liberdade, pelo prazer e pelo bom gosto, exatamente no momento em que novas ideias sobre a existência humana eram produzidas.

O Rococó desponta com o otimismo que algumas pessoas sentiam em resposta a tantas transformações econômico-sociais, manifestando uma nova forma de pensamento, na qual setores da sociedade abandonaram o formalismo de épocas anteriores e começaram a perseguir a diversão e a felicidade pessoal. Apesar de toda a influência estética barroca, a arte produzida pelo Rococó expressa uma força bastante particular, própria de seu estilo, o que lhe conferiu autonomia.

É inevitável que o novo estilo, em muitos aspectos, seja compreendido como continuidade da arte barroca, sobretudo no que se refere ao uso da luz e da sombra e à disposição dinâmica e circular da composição. 

Principais característica:
  • leveza dos traços;
  • linhas curvas e delicadas;
  • suavidade das cores;
  • gosto pelo refinado e exótico;
  • design elegante;
  • paisagens e retratos da natureza pintados nos tetos;
  • proporções mais suaves e menores;
  • uso de elementos semelhantes ao mármore;
  • formatos ovais;
  • paredes e revestimentos claros;
  • caráter intimista;
  • representação de costumes da época.

Principais artistas da arte rococó

1. Jean-Honoré Fragonard (1732-1806) 
Foi um pintor francês cujas obras estão entre as mais emblemáticas da arte rococó, por contar com pinturas que retratavam a exuberância e o hedonismo, características principais do estilo.

“O balanço”. Crédito: Wikipédia

2. Jean-Antoine Watteau (1684-1721)
Este pintor francês foi um dos principais representantes da arte rococó e ficou conhecido por representar a sociedade aristocrática da época.

“La Gamme d’Amour”. Crédito: Wikipédia

3. Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770) 
Este artista fez de Veneza um importante centro para o estilo rococó. Suas obras apresentavam grandiosidade, elegância e leveza.

Teto da entrada do Palácio de Wurzburg

4. François Boucher (1703-1770)
Esse pintor francês ficou conhecido por criar retratos que exploravam ao máximo o espírito rococó.

“Rapariga em Repouso”. Crédito: Wikipédia 

  • Nicolas Pineau (1684-1754): escultor e arquiteto francês
  • Juste Aurèle Meissonnier (1695-1750): escultor, pintor, arquiteto e designer franco-italiano
  • Pierre Lepautre (1659-1744): escultor francês
  • Johann Michael Fischer (1692-1766): arquiteto alemão
  • Johann Michael Feichtmayr (1709-1772): escultor alemão

Pintura rococó

A pintura produzida pela arte rococó retrata cenas da aristocracia, geralmente passadas em jardins, parques ou luxuosos interiores, com preferência para os temas líricos, mitológicos, pastoris.

Quadro de Jean-Antoine Watteau, O jogo do amor (1710-1720)

Esses temas são comuns, delicados e elegantes retratos femininos e também apresentam “pinturas galantes”, caracterizadas por exibir cenas campestres, ambientadas ao ar livre, em jardins, onde jovens aparecem em atitudes sensuais de “galanteio”, proporcionando à composição uma atmosfera alegre, leve e prazerosa, repleta de frescor.
A técnica do pastel é amplamente utilizada e os contrastes violentos de claro-escuro cedem vez à luminosidade das cores suaves, como rosa, azul e verde. Ouro, prata e branco dão o tom às cenas leves e repletas de energia.

Watteau, Boucher e Fragonard são considerados os três grandes nomes da pintura galante. Produziram imagens usando cores suaves, de formas delicadas e elegantes, apresentando uma ludicidade erótica, concebido como acompanhamento primorosamente sincronizado com os interiores a que se destinavam.

Contrapondo-se a isso, Greuze e Chardin realizaram o que ficou conhecido como “pintura burguesa”, que, muito popular em meados do século XVIII, era direcionada para a burguesia intelectual da revolução. Ressaltava a vida simples, a família e os valores morais da classe média. Seus temas favoritos foram os retratos, as paisagens, os bodegones (natureza morta)e as cenas costumbristas de gênero (cenas do dia a dia, costumes).

Fragonard. O balanço (1768)

Além dos franceses, merece destaque o veneziano Gio­vanni Battista Tiepolo, um dos grandes mestres da pintura italiana, embora seja considerado representante da pintura barroca por alguns historiadores e pesquisadores de arte.

Arquitetura rococó

A arquitetura rococó refletia o novo gosto da sociedade, mais elegante, suave e leve em relação ao Barroco. Nesse momento, a tendência da decoração se adequou para os espaços confortáveis, menores e intimistas, como o interior das residências e dos hotéis, que serviam como moradia para a nobreza.

Nas construções, os aposentos têm formas retangulares, com cantos arredondados; as paredes são mais planas e suaves e não contêm mais os altos relevos barrocos. As portas de madeira ganharam pequenos e delicados entalhes, também bastante diferentes daqueles com aparência carregada usados no Barroco. Para a decoração desses interiores, usavam recursos como a douração nas portas, nas paredes e nos objetos.

Exploraram a utilização de imensos painéis decorativos, feitos em tapeçaria, que geralmente se estendiam do teto ao chão, ao lado de janelas esguias e ovaladas, rodeadas por muitos drapejados. Muito comum também era o uso de grandes espelhos, que revestiam o interior dos ambientes.

É preciso lembrar que a tônica desse estilo eram as formas tortuosas e recurvadas, em formato de “S” e “C”, além dos arabescos e floreados parecidos com laços de fitas, sempre muito delicados, vaporosos e graciosos, que obedeciam a uma tendência assimétrica. O estilo rococó também serviu de inspiração para o desenvolvimento de peças de mobiliário, com aplicação de elaborada marchetaria.

Na Alemanha meridional e na Áustria, há modelos expressivos da arquitetura rococó, como o palácio episcopal de Wurzburg, na Baviera, projetado por Balthasar Neu­mann, construído entre 1719 e 1744, que tem, em sua célebre sala imperial (Kaisersaal) pinturas afresco de Tiepolo e pode ser considerado uma personificação arquitetônica do estilo.

Fachada e interior do palácio episcopal de Wurzburg.

Também são construções representativas da arquitetura palaciana rococó os abrigos de caça dos jardins e os pavilhões, que eram áreas destinadas ao lazer dos membros da aristocracia. Um dos mais significativos é o de Amalien­burg, em Nymphenburg, perto de Munique, na Alemanha, concebido pelo arquiteto François Cuvilliés, que foi construído entre 1734 e 1739. Também pode ser mencionado o Hotel de Soubise, em Paris.
Pela sua associação com a aristocracia francesa, a arquitetura rococó era impopular e não durou muito tempo.

Escultura rococó

Uma significativa mudança é percebida a partir do momento em que as imagens se desgarram dos grandes blocos, apresentados pela escultura do período Barroco, passando, no Rococó, a retratar figuras solitárias, com preferência pelos bustos de personalidades importantes da época, como Voltaire, Rousseau e Diderot.

Há uma curiosa mescla de realidade com idealização. Os escultores do Rococó conseguiram retratar a expressão psicológica da natureza humana, sobretudo pelos efeitos de sombra que usaram para reproduzir com extraordinária beleza as pálpebras e os olhos, o que conferiu grande expressão e realismo a cada uma das obras realizadas.

Para a produção de seus trabalhos, os escultores do Rococó preferiam utilizar materiais macios, como o gesso e a argila, diferentemente dos escultores barrocos, que preferiam os grandes blocos de mármore.

Os destaques na escultura do período foram Étienne-Maurice Falconet, Augustin Pajou e os irmãos Coustou (Guillermo e Nicolás).

Falconet, Étienne-Maurice | Winter, 1716-1791.

Étienne-Maurice Falconet | Seated Cupid, 1757.

Conteúdo referente à aula do período: 27/05/2020 a 03/06/2020. Neste intervalo você  deverá fazer o estudo do material.
Questionamentos e/ou comentários poderão ser feito pelo grupo do whatsApp  ou pelo e-mail: santosjotab@gmail.com


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