quarta-feira, 6 de maio de 2020

HISTÓRIA - Movimentos Sociais na Primeira República - 3º ano - 30/04 a 08/05

Movimentos sociais da Primeira República

O que são Movimentos Sociais?


PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Durante a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o Brasil vivenciou um dos eventos mais fundamentais de sua História. O movimento liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca destituiu do poder o último imperador do país, inaugurando um novo sistema de governo, a República. No entanto, a despeito de sua relevância histórica, este acontecimento não alterou as estruturas socioeconômicas brasileiras: as desigualdades continuavam profundas, a economia frágil e arcaica e a cidadania não era experimentada em sua amplitude pela grande maioria da população.
Frente a este quadro de permanência de misérias e insatisfações, diversos setores da sociedade brasileira vieram a se mobilizar, trazendo à tona todo o inconformismo que então se fazia presente. Neste período, campos e cidades foram, então, tomados por inúmeras revoltas populares, demonstrando como os parâmetros jurídicos que limitavam a participação política à época não impediram, na prática, a atuação dos mais distintos grupos sociais.

CANUDOS, CONTESTADO E CANGAÇO

Problema que ainda hoje nos aflige, a concentração de terras se apresentava como o principal ingrediente motivador das rebeliões que ocorreram nos campos brasileiros na passagem do século XIX para o XX. A exploração da mão de obra camponesa e as dificuldades de acesso à propriedade rural podem ser encontrados, assim, nas origens da “Revolta de Canudos”, da “Guerra do Contestado” e do movimento do “Cangaço”.
Ocorridos em locais distintos, a formação do arraial de Canudos (Bahia) e a Revolta do Contestado (região fronteiriça entre Paraná e Santa Catarina) fizeram-se a partir da luta dos mesmos atores sociais, ou seja, camponeses explorados em decorrência da expansão latifundiária. Do mesmo modo, possuíam a liderança de personagens entendidos por seus seguidores como verdadeiros “messias”. Antonio Conselheiro e José Maria representavam, portanto, um comando que era ao mesmo tempo político e religioso.
Morte do bando de lampião (Foto: Reprodução/Colégio Qi)Morte do bando de lampião (Foto: Reprodução/Colégio Qi)
Os destinos dos dois movimentos foram igualmente semelhantes, com seus integrantes sendo ferozmente combatidos pelas tropas federais. E este foi o mesmo tratamento dado aos “cangaçeiros”. Interpretados pela historiografia ora como “heróis” que roubavam dos ricos para dar aos pobres, ora como bandidos que corrompiam a ordem estabelecida, estes indivíduos se utilizavam de práticas não legais como forma de resistência à miséria que os afligia. O enfrentamento a tais movimentos correspondia, deste modo, tanto aos interesses das oligarquias latifundiárias, quanto aos de um governo que ainda almejava se consolidar em âmbito nacional e que, portanto, não poderia admitir tamanhas convulsões sociais.

REVOLTA DA ARMADA

Revolta da Armada (Foto: Reprodução/Colégio Qi)Revolta da Armada (Foto: Reprodução/Colégio Qi)
Embora tivesse uma população majoritariamente camponesa, a sociedade brasileira não se limitou ao espaço rural para demonstrar suas insatisfações com a recém-proclamada república. Contrários ao centralismo político que marcou as gestões de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, rebeldes se levantaram no Rio de Janeiro e em cidades do sul através das “Revoltas da Armada”. Organizadas por setores da marinha, foram severamente reprimidas pelo governo, fato que valeu a Floriano a alcunha de “Marechal de Ferro”.
Revolta da Chibata (Foto: Reprodução/Colégio Qi)Revolta da Chibata (Foto: Reprodução/Colégio Qi)
Em 1910, setores da marinha vieram novamente a se rebelar contra o governo. No entanto, dessa vez a revolta se fez a partir de marinheiros inconformados com as punições físicas que sofriam através da ação de seus superiores. A questão racial contribuiu igualmente à eclosão do movimento, já que a grande maioria dos castigados era constituída por marinheiros negros, muitos dos quais ex-escravos. Sob a liderança de João Cândido, o “Almirante Negro”, os revoltosos se confrontaram contra os militares fiéis ao governo, sendo derrotados após sangrentos embates.

REVOLTA DA VACINA

A cidade do Rio de Janeiro apresentava grande centralidade nos movimentos sociais ocorridos durante a República Oligárquica. Capital federal, foi palco de inúmeros levantes contra o governo, inclusive da polêmica “Revolta da Vacina”. Tendo ocorrido durante a gestão do prefeito Pereira Passos, o movimento se opôs à obrigatoriedade de vacinação contra a varíola imposta pelo poder público. O que se contestava, na verdade, não era apenas o autoritarismo do projeto, mas as reais intenções do governo em estabelecer tal medida.
A insatisfação da população carioca com a administração do prefeito “Bota Abaixo” também se relacionava às reformas urbanísticas então desenvolvidas na capital. Marco fundamental do projeto “Paris Tropical”, a avenida Central foi aberta após a demolição de boa parte do morro do Castelo, o que acarretou a saída compulsória de diversas famílias que ali moravam. Muitas delas passaram a residir, então, em cortiços e nas primeiras favelas formadas na cidade.
Avenida Central, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Colégio Qi)Avenida Central, no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Colégio Qi)

TENENTISMO

Ao longo da década de 1920 as críticas ao governo federal ficaram ainda mais vorazes. Diversas revoltas colocavam em xeque a legitimidade das oligarquias que então estavam no poder. Opunham-se, deste modo, às estruturas arcaicas que perduravam no país, como a prática do voto de cabresto, as elevadas taxas de analfabetismo e a debilidade de nossas incipientes indústrias.
Nesse contexto, e lutando contra tais mazelas, é que serão organizadas a Semana de Arte Moderna (São Paulo) e o movimento “tenentista”. A “SAM”, além de sua grande importância em termos intelectuais e artísticos, foi vanguardista ao criticar claramente os desmandos das elites políticas brasileiras. O “Tenentismo”, idealizado por tenentes e outros jovens militares, uniu diversos setores das forças armadas contra esses mesmos poderosos. A “Revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana” e a “Coluna Prestes” são dois exemplos de eventos mobilizados a partir das concepções tenentistas.
Fonte: http://educacao.globo.com/historia/assunto/primeira-republica/movimentos-sociais-da-primeira-republica.html

AULA: Movimentos políticos e sociais na Primeira República



Vídeos Complementares:

Movimento Sociais Rurais na Primeira República:





Movimentos sociais urbanos - Primeira República



Documentário "Três vezes Canudos"




A história do cangaço e as duas faces de Lampião, Reportagem Especial - Globonews


Resumo: Movimentos Sociais na Primeira República


➤ Hora de mãos à obra:

Agora que vocês já assistiram as vídeo-aulas e os vídeos complementares e realizaram a leitura do resumo sobre os diferentes Movimentos Sociais na Primeira República, é hora de mãos à massa. 

Assistam ao vídeo do Professor Pedro Renoó, do Canal Parabólica, sobre o conceito de Banditismo Social e sua relação com o fenômeno do Cangaço que se deu no sertão nordestino no início do século XX:


Agora, com base no que foi entendido das aulas e vídeos complementares, façam uma análise da letra da música abaixo "Banditismo por uma questão de classe" da banda de rock pernambucano Chico Science e Nação Zumbi e aponte aonde podemos enxergar semelhanças entre esse movimento do início do século XX e os dias atuais:

Banditismo Por Uma Questão de Classe
Há um tempo atrás se falava em bandidos
Há um tempo atrás se falava em solução
Há um tempo atrás se falava em progresso
Há um tempo atrás que eu via televisão
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabeluda
Biu do olho verde é que fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha
Não tinha medo da perna cabeluda
Biu do olho verde é que fazia sexo, fazia
Fazia sexo com seu alicate
Oi sobe morro, ladeira córrego, beco, favela
A polícia atrás deles e eles no rabo dela
Acontece hoje e acontecia no sertão
Quando um bando de macaco perseguia Lampião
E o que ele falava muitos hoje ainda falam
"Eu carrego comigo coragem, dinheiro e bala!"
Em cada morro uma história diferente
Que a polícia mata
Fonte: LyricFind
Podem tirar foto da atividade e enviar até o dia 13/05 pelo email: cemybacanga@gmail.com;  ou pelo whattsap ou nos comentários da postagem logo abaixo, ok?! 

Bons estudos e mãos a obra!!!!💪😉📚


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