AULA DE LITERATURA - Profª.: Helayne Araújo
Turmas: 200 e 201
Referente a semana 27/04 a 01/05/20
AUTORES E
OBRAS DE NOSSO BARROCO
BARROCO
(SEISCENTISMO), de 1601 a 1768.
BENTO
TEIXEIRA (1561-1600)
Poesia Épica: "Prosopopeia", obra
publicada em Lisboa no ano de 1601; é considerada o marco inicial do
Barroco literário no Brasil, e tida, por algum tempo, como o primeiro poema
impresso de autor brasileiro. Entretanto, descobriu-se, mais tarde, que Bento
Teixeira se passava por pernambucano, quando, na verdade, era natural da cidade
do Porto (Portugal). Prosopopeia é de influência camoniana - a
semelhança de Os Lusíadas -, composta com 94 estâncias (estrofes)
de versos decassílabos em oitava heroica (AB, AB, AB, CC). O narrador é Proteu.
Foi composta com a finalidade de louvar a D. Jorge de Albuquerque Coelho,
donatário da Capitania de Pernambuco.
MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA (1636-1711)
Poesia: "Música do Parnaso" (coletânea de poemas)
– obra publicada em Lisboa, em 1705. Dividida em quatro
coros de rimas – portuguesas, castelhanas, italianas e latinas. Das "rimas
portuguesas" que englobam 42 sonetos, 23 madrigais, 12 décimas, três
redondilhas, 14 romances, um panegírico, um poema em oitavas, seis conações e
uma silva; destacam-se o poema A Ilha da Maré e os sonetos
dedicados à amada Anarda, sua musa soberana. Botelho
foi o primeiro escritor nascido no Brasil a ter um livro publicado.
FREI MANOEL DE SANTA MARIA ITAPARICA (1704-?)
Poesia: "Eustáquidos" (1769) - Epopeia sacra e tragicômica poema
sacro, sobre a vida de Santo Eustáquio. Nesta obra encontra-se a Descrição
da Cidade da Ilha de Itaparica, apologia hiperbólica (exagerada) da
paisagem brasileira.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697)
Foi o maior pregador do seu tempo; defensor dos negros, dos índios e dos
cristãos-novos (judeus convertidos). A defesa dos cristãos-novos e valeram-lhe
o ódio da Inquisição que o processou por opiniões heréticas. Foi condenado a
dois anos de reclusão em uma casa jesuítica e o impedimento de pregar.
Anistiado por D. Pedro, regressou ao Brasil em 1681. Pertence tanto à nossa
literatura quanto a portuguesa.
Sermão (quase duzentos). Os Principais
são:
Þ "Sermão da Sexagésima" (parábola do
semeador) - O mais importante e polêmico dos seus sermões. Foi pregado
na Capela Real de Lisboa, em março de 1655. Compõe-se de 10 pequenos capítulos,
baseado no Evangelho segundo São Lucas: Semen est verbum Dei (A semente é a
palavra de Deus). Esse sermão critica o estilo de outros pregadores (seus
adversários católicos, os gongóricos dominicanos) que ao invés de pregarem
servindo a Deus, o fazem para agradar aos homens.
Þ "Sermão Pelo Bom Sucesso Das Armas De Portugal Contra As
De Holanda" - Pregado na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Bahia,
em 1640. Vieira incita o povo a combater os invasores holandeses, realçando
os horrores e depredações que eles fariam. O sermão ficou célebre pelo
trecho conhecido como a "Apóstrofe Atrevida", onde
questiona Deus, em pleno púlpito da igreja, com o Santíssimo Sacramento
exposto: "Não me admiro tanto, Senhor, de que hajais de consentir
semelhantes agravos e afrontas nas vossas imagens, pois já as permitistes em
vosso sacratíssimo corpo; mas nas da Virgem Maria, nas de Vossa Santíssima Mãe,
não sei como isto pode estar com a piedade e amor de Filho (...). Deus
meu? (...). Sois o mesmo, ou és outro?". Se você tem
interesse em "conhecer" a Apóstrofe Atrevida.
Þ "Sermão de Santo Antônio" (aos Peixes) –
Pregado em São Luís do Maranhão, em 1654. Vieira critica os costumes e o
aprisionamento dos índios.
Carta: cerca de quinhentas, versando
sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, a Inquisição e as ações dos
Jesuítas na colônia.
Profecia: "História do Futuro" e "Esperanças
de Portugal". Publicados postumamente. Nestas
obras, nota-se a defesa do sebastianismo – crença segundo a qual o rei D.
Sebastião, não morrera em combate na África, voltaria em breve para elevar
Portugal a uma posição de destaque.
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA (1633-1693)
Apelido: Boca do Inferno (devido linguagem
maliciosa e ferina com que criticava pessoas e instituições da época).
Advogado formado em direito pela universidade de Coimbra. Foi o mais
importante poeta do Barroco Brasileiro.
Sua obra nunca foi publicada em vida, o que ocasionou muitos problemas
de autoria. Permaneceu inédita até o século XX quando Afrânio Peixoto a reuniu
em seis volumes, publicados no Rio de Janeiro, pela Academia Brasileira de
Letras, entre 1923 e 1933,: I. Poesia Sacra; II. Poesia
Lírica; III. Poesia Graciosa; IV. e V. Poesia Satírica e
VI. Últimas.
ATIVIDADE: Após a leitura do texto a seguir elabore um comentário acerca da sua compreensão sobre o mesmo e em seguida aponte as características presentes no texto acerca do Período Barroco.
Data de entrega:08/05/20
Resposta via e-mail: helaynenatalia@gmail.com
ATIVIDADE: Após a leitura do texto a seguir elabore um comentário acerca da sua compreensão sobre o mesmo e em seguida aponte as características presentes no texto acerca do Período Barroco.
Data de entrega:08/05/20
Resposta via e-mail: helaynenatalia@gmail.com
Trecho do Sermão de Santo Antônio aos Peixes
(pág.1) - Padre Antônio Vieira
"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os
pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que
façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas
quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que
têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é
porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o
sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a
terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes
dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem
uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes
querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal
não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se
não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus
apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!"
Análise: Padre Antônio Vieira, nesse trecho do
Sermão de Santo Antônio aos Peixes, utiliza relativamente de um simetria porque
nota-se uma repetição de palavras e expressões, e há também um jogo de ideias,
e um raciocínio de dedutível, como no trecho: "Ou porque o sal não
salga...ou a terra não se deixa salgar.", que demonstra um raciocínio, e
uma conclusão lógica.
O autor nesse texto fez uso da passagem do sal da
terra e a luz do mundo, relacionou-a com o estado de corrupção que se encontra
o mundo, e começou a se questionar, sobre o porquê de todo esse mal, sendo que
o sal, são os pregadores, que tem a função de impedir a corrupção. Então ele
passou a colocar uma ideia em cima da outra, que é uma das características de
seus textos, continuando a indagar o motivo de toda essa corrupção, se é por
causa do sal que não salga, ou seja, os pregadores, que pregam si mesmo, ou por
causa da terra que não se deixa salgar, que são os ouvintes que não acolhem e
preferem saciar os seus apetites, e ele em seu texto diz ainda outras ideias
além dessas que coloquei, para tentar achar a causa de tudo isso. E no final do
trecho ele indaga: " Não é tudo verdade isso? Ainda mal.",
expressando seu sentimento em relação a tal fato.
Portanto Padre Antônio Vieira nesse primeiro trecho
do Sermão de Santo Antônio aos Peixes, ele critica e questiona, sobre o motivo
de toda essa corrupção, e utiliza de várias coisas, como já citei antes, para
falar sobre esse tema que ainda é atual na sociedade de hoje.
Bom trabalho!!!! Beijos!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário