segunda-feira, 4 de maio de 2020

Aula de Literatura - Profª.: Helayne Araújo - Turma 300; Referente a semana 27/04 a 01/05/20


1ª AULA DE LITERATURA - Profª.: Helayne Araújo
Assunto: Modernismo Português e Pré-Modernismo no Brasil
Referente a semana 27/04 a 01/05/2020
Turma: 300

Segue alguns links para aprofundamento do assunto:


Modernismo em Portugal: o que foi e características





Na história da Literatura, um dos movimentos recentes mais impactantes foi o Modernismo em Portugal. Na esteira das revoluções em curso no continente europeu, ele trouxe para a produção portuguesa um ponto de vista inovador e crítico das velhas tradições. Faz parte de um movimento cultural maior, presente em muitos países, retratando e influenciando a sociedade mundial de sua época.

Para quem está se preparando para os assuntos de Literatura no Enem e principais vestibulares, é essencial saber do assunto. Darei um panorama geral sobre o tema, explicando pontos como:
·         o que definiu o movimento modernista literário em no país;
·         o contexto sócio-histórico de Portugal e do resto da Europa no período;
·         principais características do modernismo português;
·         vertentes mais conhecidas e suas distinções;
·         quem são os autores mais importantes desse movimento.
O que foi o Modernismo em Portugal?
Iniciou-se nas primeiras décadas do século XX, durou até por volta dos anos 70, com o surgimento do Estado Novo em Portugal. O marco inaugural desse movimento foi o lançamento da Revista Orpheu, em 1915. Vale mencionar que os autores dessa escola literária foram muito influentes na criação do Modernismo no Brasil.
Contexto histórico do Modernismo português
No período em questão, o mundo europeu passava por intensa instabilidade social, ao mesmo passo em que importantes mudanças políticas, econômicas e nacionais ocorriam nesse território. Também foi um período marcado por conflitos de proporções nunca antes vistas no continente, como as Guerras Mundiais que marcaram profundamente toda a sociedade europeia.
Além disso, foi época do surgimento de avanços científicos e tecnológicos importantes. Entre eles, podemos citar a Teoria da Relatividade proposta por Einstein e a elaboração da Psicanálise por Sigmund Freud. O autor modernista era aquele situado entre problemas sociais críticos e o surgimento de novos paradigmas de pensamento.
Características do Modernismo em Portugal
Estamos nos atendo ao Modernismo enquanto produção literária, mas características similares podem ser encontradas também em outros campos da Arte Portuguesa feita nessa época.
Ao mesmo tempo, as múltiplas vertentes do Modernismo também estabeleciam pontos de vista estéticos divergentes, assunto que abordaremos no próximo tópico. Fique agora com as características principais do Modernismo em Portugal:
·         questionamento das convenções literárias tradicionais, como a métrica poética;
·         valorização da escrita cotidiana e corriqueira, em detrimento da norma culta;
·         pensamento crítico e contestador;
·         escrita dinâmica, relacionando-se com as transformações tecnológicas da época.
Vertentes do Modernismo
Orfismo
Recebe esse nome por conta da revista Orpheu, que originou o movimento em Portugal. Foram os pioneiros do Modernismo e se tornaram também seus representantes mais emblemáticos. Entre eles, podemos destacar Fernando Pessoa.
Apesar de seu grande impacto, a publicação Orpheu durou apenas um ano, o suficiente para causar bastante incômodo na sociedade portuguesa. Como referências para esses autores, eles tiraram inspiração de movimentos europeus anteriores, como o Expressionismo e Futurismo.
Presencialismo
Também conhecido como a Geração de Presença, eles se agrupavam em torno da publicação Revista Presença. Similares ao movimento anterior, sua intenção era dar continuidade aos trabalhos iniciados pela revista Orpheu. Entre os principais nomes, podemos citar José Régio e João Gaspar Simões.
Neorrealismo
Terceira e última fase do Modernismo em Portugal, teve um caráter eminentemente político. Dois de seus autores mais conhecidos são Ferreira de Castro e Alves Redol. O último foi responsável pela publicação de Gaíbeus, em 1940, obra inaugural do movimento.
Autores do Modernismo em Portugal
Fernando Pessoa
Ele é conhecido, não por acaso, como um dos maiores escritores de todos os tempos e o maior poeta português. Tinha uma característica muito marcante em sua obra, que era o hábito de escrever sob o manto de diferentes pseudônimos, cada um com suas particularidades e estilo próprios de escrita.
Sua produção é muito extensa, passando de crônicas e romances aos conhecidos poemas. Além de escrever em Português, três dos seus romances foram produzidos na Língua Inglesa, o que ampliou o alcance desse autor até mesmo em países não falantes do idioma lusitano. O trabalho mais conhecido de Fernando Pessoa é o Livro do desassossego, que foi publicado pelo nome artístico de Bernardo Soares.



Mario de Sá Carneiro
Companheiro de Fernando Pessoa, Mario de Sá também estava entre os responsáveis pela inauguração do movimento com a revista Orpheu em 1914. O tema de sua produção era bastante ligado com a temática modernista, no sentido de apresentar em seus textos questões existenciais e dilemas psicológicos.
Almada Negreiros
Almada foi um artista que não se restringiu à escrita como forma de expressão. Ele também ficou conhecido por suas produções nas artes plásticas. Além disso, assim como Fernando Pessoa, teve um grande impacto nas gerações subsequentes de modernistas e até nos artistas portugueses contemporâneos. Sua própria produção não se restringiu ao primeiro movimento modernista, escrevendo textos importantes até a última fase desse período.
Agora, você já sabe o suficiente para compreender como se deu o Modernismo em Portugal. Lembre-se de que esse movimento foi importante não só na História da Europa, mas também produziu ecos importantes na geração de escritores contemporâneos e em outros países de língua latina.
Como traços principais, podemos destacar a ironia e a crítica social como mote dessa escola. Apesar disso, também havia iniciativas modernistas que se ligaram a movimentos conservadores e ultranacionalistas. Ele durou pela maior parte do século XX em Portugal, finalizando seu auge apenas nos anos 70, onde se instaurou o governo do Estado Novo no país.

2ª AULA DE LITERATURA - Profª.: Helayne Araújo
Assunto: Modernismo Português e Pré-Modernismo no Brasil
Referente a semana 27/04 a 01/05/2020
Turma: 300

Pré-modernismo: o que foi e características e principais autores

literatura é uma manifestação artística e cultural do ser humano, assim como a dança, a música e o teatro. Por representar a linguagem e a comunicação, os estilos literários estão sujeito às mudanças culturais.
A literatura brasileira é formada por diversas fases e foi se transformando junto à sociedade. O pré-modernismo é um desses períodos, que carrega consigo uma gama de significados e simbolismos. Conheça as características do pré-modernismo e quais são seus autores e obras principais.
O que foi o pré-modernismo?
De acordo com estudiosos, por ter obras com características distintas, o pré-modernismo não pode ser considerado uma escola literária que sucedeu ao simbolismo. Na realidade, esse período (início do século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922) foi uma transição entre o simbolismo e o modernismo.
Podemos dizer que ele aglutinou características de outras correntes literárias, como o neorrealismo, neo parnasianismo e neossimbolismo.

Pré-modernismo: contexto histórico
No início do século XX, o Brasil vivia uma intensa transformação política com a consolidação do regime republicano. A esperança de um Brasil moderno — com condições sociais mais justas, de igualdade perante à lei e a participação política popular — foi frustrada. Surgiram vários conflitos sociais, de contestação e reprovação das novas políticas republicanas, como a greve dos operários em São Paulo, a Revolta da Chibata, a Guerra de Canudos e a Revolta da Vacina.
No contexto histórico do pré-modernismo, os escritores brasileiros adotaram uma postura liberal e passaram a fazer críticas aos problemas sociais enfrentados pela população. A linguagem formal advinda do arcadismo e a preocupação estética foram deixadas de lado e os temas históricos, sociais e políticos ganharam espaço.

Características do pré-modernismo
Esse período da literatura não pode ser considerado uma escola literária por não ter características próprias, mas sim o sincretismo de valores de estilos anteriores. São consideradas características do pré-modernismo:
·         investigação e denúncia dos problemas sociais (miséria, abismos sociais, conflitos);
·         aproximação da obra literária ao contexto sócio-político-econômico;
·         marginalização dos personagens principais (caipira, mulato, sertanejo);
·         linguagem informal em oposição à língua formal do arcadismo;
·         sincretismo estético de escolas literárias como o realismo e o simbolismo;
·         naturalismo (descrição minuciosa dos personagens e dos cenários);
·         regionalismo (valorização da cultura popular brasileira);
·         utilização de verbos na forma simples ao escrever.
Quais são os principais autores e obras do pré-modernismo?
Os escritores do pré-modernismo foram responsáveis por dar início às novas tendências que inspiraram os modernistas de 1922. Entre os autores mais lembrados estão Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Graça Aranha, Raul de Leôni e Simões Lopes Neto.
Vamos conhecer um pouco sobre alguns artistas mais importantes desse período e suas respectivas obras!

Euclides da Cunha (1866 – 1909)
Nasceu no Rio de Janeiro, foi jornalista, escritor, poeta, historiador, engenheiro e professor. Ingressou na Escola Politécnica para estudar Engenharia Civil e estudou, também, na Escola Militar da Urca, no Rio de Janeiro, de onde foi expulso.
Mudou-se para São Paulo onde passou a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Como jornalista, foi convidado a viajar para Canudos para fazer cobertura jornalística do conflito.
A Guerra de Canudos (1896 – 1897) foi um movimento popular de cunho religioso, na Bahia, que inspirou um dos mais importantes livros desse período, Os Sertões. A obra narra a saga do povo sertanejo em sua luta diária contra os desmandos da elite. Euclides da Cunha testemunhou o evento durante três semanas e pôde mesclar estilos da prosa artística e da prosa científica.
Não é errado entender Os Sertões como um livro de Sociologia ou de História, pois a junção do trabalho jornalístico com o trabalho literário conferiu à obra narrativas reais da vida cotidiana do sertanejo. Teve várias adaptações para o cinema e o teatro.
Além desse livro, Cunha foi autor também de A Guerra do Sertão, As Secas do Norte, Civilizações, A Margem da História, entre outros livros.
Foi assassinado, em agosto de 1909, na cidade do Rio de Janeiro.

Monteiro Lobato (1882 – 1948)
Nasceu em Taubaté, São Paulo, foi escritor, tradutor, ativista político, diretor e produtor. Nessa época, os livros brasileiros precisavam ser editados em Paris ou Lisboa, até que Lobato passou a editar livros no próprio país.
É bastante conhecido pelo público infantil por suas obras e seu estilo de escrita simples. Autor do Sítio do Pica-pau Amarelo, foi o criador de personagens como Visconde de Sabugosa, Cuca, a boneca Emília, Saci Pererê, Rabicó, entre outros.
Sua contribuição para o período pré-modernista se fez em várias obras, entre elas Cidades Mortas, na qual denunciou o cotidiano das cidades cafeeiras de São Paulo, a decadência econômica e o comportamento das pessoas. É autor também de A Menina do Narizinho Arrebitado, Urupês, Problema Vital, O Garimpeiro do Rio das Garças, O Macaco que Se Fez Homem, entre outros.
Suas histórias foram adaptadas para a televisão e até hoje fazem parte do imaginário infantil. Em 2017, o Ministério da Cultura lançou um prêmio de literatura infantil que leva o nome do escritor.
Monteiro Lobato defendia as riquezas naturais do país, como o ferro e o petróleo. Chegou a enviar uma carta com críticas a Getúlio Vargas e foi preso. A luta pelo petróleo o deixou doente, o que resultou em um derrame fatal em 1948.

 Lima Barreto (1881 – 1922)
Nascido no Rio de Janeiro, Lima Barreto foi escritor e jornalista. Foi um grande crítico do ufanismo e do positivismo em suas obras, nas quais tecia críticas às mazelas sociais. Boa parte de suas obras foram descobertas e publicadas após sua morte.
Sua principal obra foi Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito em tom coloquial. O livro narra a história de um funcionário público, Policarpo Quaresma, que em uma de suas ações reconhece o tupi como idioma principal do Brasil em sinal de valorização da cultura brasileira. O personagem principal ainda tece duras críticas ao presidente Marechal Floriano e acaba sendo condenado ao fuzilamento.
Lima Barreto faleceu, aos 41 anos, por doenças cardíacas, em novembro de 1992, na cidade do Rio de Janeiro.
ATIVIDADE: Produzir um fichamento acerca dos dois assuntos lidos acima, Modernismo em Portugal e Pré-Modernismo no Brasil.
Atividade a ser desenvolvida no caderno.
Data de entrega: 09/05/2020
Enviar para o e-mail: helaynenatalia@gmail.com


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AULA E ATIVIDADE PROJETO DE VIDA 1º ANO

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