Aula
de Língua Portuguesa – Profª.: Helayne Araújo
Referente
a semana 15/06 a 19/06/2020 (aula+atividade)
Assuntos:
Texto e Hipertexto
Hipertexto
O hipertexto é, em sua definição, uma forma de
escrita e leitura não linear, com blocos de informação ligados a palavras,
partes de um texto ou, por exemplo, imagens.
Os textos, ao longo da história da humanidade, apresentam-se, em sua maioria, como narrativas retóricas e lineares, ou seja, a narrativa segue uma temporalidade linear, com acontecimentos subsequentes. Mas nem sempre foi assim, e hoje em dia também não é mais só assim...
Os textos, ao longo da história da humanidade, apresentam-se, em sua maioria, como narrativas retóricas e lineares, ou seja, a narrativa segue uma temporalidade linear, com acontecimentos subsequentes. Mas nem sempre foi assim, e hoje em dia também não é mais só assim...
Antes de ter a forma que conhecemos atualmente, o
livro já foi de tábuas de argila, de rolos de papiro, de folhas de papel
costuradas. Nos últimos tempos, ganhou formato digital e abandonou as páginas
de papel.
No mundo contemporâneo, com o excesso de
informações, a narrativa ganha uma estrutura hipertextual, com forma de
organização em rede, facilitando a interatividade entre textos necessária para
a busca da informação com mais rapidez.
O termo hipertexto foi criado por Theodore Nelson,
na década de 1960, para denominar a forma de escrita e de leitura não linear
na informática. O hipertexto se assemelha à forma como o cérebro humano
processa o conhecimento: fazendo relações, acessando informações diversas,
construindo ligações entre fatos, imagens, sons, enfim, produzindo uma teia de
conhecimentos.
No hipertexto, o leitor passa a ter uma
participação mais ativa, pois ele pode seguir caminhos variados dentro do
texto, selecionando pontos que o levam a outros textos ou outras mídias para
complementar o sentido de sua leitura. O leitor torna-se, assim, um coautor do
texto, pois constrói tramas paralelas de acordo com seu interesse.
No entanto, o hipertexto não está somente na internet.
Um livro de formato tradicional também pode ter sua estrutura interna em forma
de hipertexto. Um livro de contos, por exemplo, pode ser lido sem seguir a
ordem em que os contos foram organizados. As enciclopédias e os dicionários
também apresentam estrutura hipertextual, já que indicam outros verbetes que
complementam a consulta do leitor. E ainda há livros em que o autor coloca nas
margens informações complementares ao texto principal, buscando o formato
hipertextual.
Estamos rodeados por hipertextos dentro e fora da
internet. O hipertexto permite a interatividade e a livre escolha para começar
a leitura por qualquer um dos textos que compõem a teia. O leitor é quem decide
por quais passará, percebendo novos caminhos, ampliando os limites da leitura.
EXERCÍCIO
(ENEM 2011) O hipertexto
refere-se à escritura eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca e
permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos
a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem
condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de
assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos
estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturação textual que
faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se
caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica
multilinearizado, multissequencial e indeterminado, realizado em um novo espaço
de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de tratamento de um tema, o
hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade
simultaneamente, já que não tem sequência definida, mas liga textos não
necessariamente correlacionados.
(MARCUSCHI, L. A. Disponível em:
http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.)
O computador mudou nossa maneira de ler e escrever,
e o hipertexto pode ser considerado como um novo espaço de escrita e leitura.
Definido como um conjunto de blocos autônomos de texto, apresentado em meio
eletrônico computadorizado e no qual há remissões associando entre si diversos
elementos, o hipertexto:
a) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos
totalmente abertos, desfavorece o leitor, ao confundir os conceitos
cristalizados tradicionalmente.
b) é uma forma artificial de produção da escrita,
que, ao desviar o foco da leitura, pode ter como consequência o menosprezo pela
escrita tradicional.
c) exige do leitor um maior grau de conhecimentos
prévios, por isso deve ser evitado pelos estudantes nas suas pesquisas
escolares.
d) facilita a pesquisa, pois proporciona uma
informação específica, segura e verdadeira, em qualquer site de busca ou blog
oferecidos na internet.
e) possibilita ao leitor escolher seu próprio
percurso de leitura, sem seguir sequência predeterminada, constituindo-se em
atividade mais coletiva e colaborativa.
REVENDO CONCEITOS – texto: O
que é?
Você já se perguntou o que é, de fato, um texto?
Geralmente, entendemos o texto como um conjunto de frases, ou seja, algo que
foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão simples quanto
parece.
Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro
e, de repente, encontra em uma página qualquer um papel com a palavra
“madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou simplesmente não dará
importância a isso.
Agora, vamos imaginar outra situação: você está no
meio de uma floresta e ouve alguém gritar: “Madeira!”. Bem, se você pretende
preservar sua vida, sua reação imediata é sair correndo. Isso acontece porque a
situação em que você se encontra levou-o a interpretar o grito como um sinal de
alerta.
A partir desses exemplos simples, podemos chegar a
algumas conclusões importantes:
1º - os textos não são apenas escritos, eles também
podem ser orais;
2º - os textos não são simples amontoados de
palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer sentido.
Na
segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem
de sentido completo, por isso ela pode ser considerada um
texto. Mas o que leva um texto a fazer sentido? Isso depende de alguns fatores,
como o contexto e o conhecimento de mundo.
CONTEXTO
O contexto pode ser explícito, quando é
expresso por palavras (o texto em que se encontra a frase ou a frase em que se
encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na situação
em que o texto é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a
palavra “madeira” seja interpretada de maneiras diferentes. Na primeira
situação, embora a palavra esteja dentro de um livro, ela está totalmente fora
de contexto, por isso não produz sentido algum.
Conhecimento de mundo
Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos textos. O leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio da floresta ou para resolver questões do ENEM.
Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos textos. O leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio da floresta ou para resolver questões do ENEM.
Textos verbais e visuais
Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou
escritos. Mas essa noção precisa ser ampliada, pois há textos que não contam
com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o caso, por exemplo, da
fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais. Há
ainda textos que utilizam os dois recursos, como os filmes, que usam imagens,
diálogos e legendas.
Então,
chegamos a conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que
faz sentido para um determinado grupo em uma determinada situação. No ENEM,
essa noção mais moderna de texto é a que vale.
CAIU NO ENEM
(Enem 2011 - Questão 127
- prova azul)
Questão 127 do Enem 2011
(Foto: Reprodução/Enem)
O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o
seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o
convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e
não verbais, com vistas a:
a) ridicularizar a forma física do possível cliente
do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas.
b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura.
c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo.
d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.
e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva.
b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura.
c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo.
d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.
e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva.
(Enem 2011 - Questão 100
- prova azul)
Questão 100 do Enem 2011
(Foto: Reprodução/Enem)
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao
ideário de consumo quando sua função é vender um produto. No texto apresentado,
utilizam-se elementos linguísticos e extralinguísticos para divulgar a atração
“Noites de Terror”, de um parque de diversões. O entendimento da propaganda
requer do leitor
a) a identificação com o público-alvo a que se
destina o anúncio.
b) a avaliação da imagem como uma sátira às atrações de terror.
c) a atenção para a imagem da parte do corpo humano selecionada aleatoriamente.
d) o reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito popular.
e) a percepção do sentido literal da expressão “noites do terror”, equivalente à expressão “noites de terror”.
b) a avaliação da imagem como uma sátira às atrações de terror.
c) a atenção para a imagem da parte do corpo humano selecionada aleatoriamente.
d) o reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito popular.
e) a percepção do sentido literal da expressão “noites do terror”, equivalente à expressão “noites de terror”.
DATA
DE ENTREGA: 24/06/20
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